E vamos pensar, já que perdemos o sono devido a um torcicolo.

E vamos pensar, já que perdemos o sono devido a um torcicolo.

Mais da metade do ano passado, mais ou menos a partir de abril, o Centro-Oeste do Brasil literalmente pegou fogo. O calor era tanto que era desesperador sair à rua entre as 9 horas e as 16 horas. Eu cheguei a mandar fazer seis camisas de manga comprida para aliviar as queimaduras do Sol em meus braços, quando saía de bicicleta elétrica para ir ao centro da cidade. A nuca ardia como se tivesse passado pimenta ali. Tudo estava esturricado na terra. Nem uma gramínea verde para quebrar a monotonia do cinza-terroso que premiava o olhar ao nosso redor. O asfalto, em alguns pontos onde ele ainda havia em bom estado, derretia sob os pneus dos carros. Até sob nossos pés a gente o sentia amolecido. Não grudava em nossos sapatos porque está velho, despedaçando como pele engelhada de gente branca. 

Clima. Eis o carrasco que vamos enfrentar em futuro imediato. Assim que terminar este período chuvoso, que, para minha surpresa está bastante copioso, ao menos sobre as cidades e deixando o campo a “ver navios”, creio que virá novamente aquele bafo de diabo zangado sobre a gente.

Eis o que resta do Cantareira - nada ou quase nada. E a coisa tende a ficar muito pior. Culpa de quem? Lógico: Polititicas.

Eis o que resta do Cantareira – nada ou quase nada. E a coisa tende a ficar muito pior. Culpa de quem? Lógico: Polititicas.

Tenho assistido com bastante atenção o que vem acontecendo pelo Brasil a fora. Em São Paulo, assim como por todo o nosso território, as chuvas não caem onde há grande necessidade delas. Por exemplo: o Cantareira, em São Paulo, continua no sufoco e caminhando a passos largos para virar um deserto de areia. Chove de matar peixe afogado sobre a capital do Estado, mas na região das reservas a chuva passa ao largo e a pouca que cai some terra a dentro devido à secura em que esta se encontra.

Nevas nos EUA param o tráfego e matam pessoas enregeladas.

Nevas nos EUA param o tráfego e matam pessoas enregeladas.

Nos EUA acontece o contrário. A água desaba furiosa. Não em forma de água, mas na forma de nevascas fora de época, inviabilizando a freqüência às escolas, o trânsito de automóveis e demais conduções e matando gente congelada. Vendavais varrem os EUA e as regiões de ilhas espalhadas pelo Pacífico – que já não mais é tão pacífico assim. A Europa também não ficou fora do descontrole do clima, tanto quanto a China e o Japão, a Índia e o Paquistão, a África e a Ásia, o Pólo Sul e o Pólo Norte. Tudo está sendo atacado e mudando drasticamente sua estrutura milenar, seu funcionamento cronométrico.

A fúria dos ventos não perde em nada para a fúria do gelo.

A fúria dos ventos não perde em nada para a fúria do gelo.

O que está havendo? A Imprensa dá informações claramente filtradas pelos Governos mundiais, certamente para não espalhar o pânico mundo a fora. Mas há pouco, em Lima, no Peru, uma reunião da maioria das Nações do mundo, debateram o dilema que parece sem solução: clima X Economia; Clima X sobrevivência; Clima X Lucro. Os teimosos China e EUA, os maiores poluidores da Terra, finalmente cederam às pressões não dos outros países, mas diante do que vem desabando sobre seus territórios, graças à busca afanosa de um “desenvolvimento” que visa tão-só o Lucro econômico-financeiro e nada mais. E no meio da briga de cachorro grande, entraram os cães pequenos – Brasil e seus irmãos da América Latina, sem contar outros países ditos em desenvolvimento.

Isto é "desenvolvimento". Poluição sobre Tóquio faz que seus moradores se desesperem sem encontrar saída.

Isto é “desenvolvimento”. Poluição sobre Tóquio faz que seus moradores se desesperem sem encontrar saída.

Mas o que diabo é desenvolvimento?  Desenvolvemos o quê? Bugigangas eletrônicas? Bugigangas que vêm dos que se consideram desenvolvidos e que poluem o Planeta com material pesado capaz de lhe envenenar o solo por centenas de séculos, como é o caso do plutônio resultante das explosões de bombas atômicas? Este elemento, altamente nocivo à vida e que altera significativamente o ADN de todas as espécies vivas, leva vinte e quatro mil anos para se dissolver. Mesmo que, atualmente, não mais se explodam bombas atômicas e os que o fizeram estejam gritando contra os que lutam para contribuir com sua quota maldita, o resultado da insensatez de nossos recentes antepassados está aí para continuar sua influência nefasta, mudando o ritmo e a qualidade da Evolução das Espécies. 

E chamam ao leão, ao tigre e à hiena de animais. Mas se comparados ao integrante do Estado Islâmico, vestido de preto na foto, quem é mais animal?

E chamam ao leão, ao tigre e à hiena de animais. Mas se comparados ao integrante do Estado Islâmico, vestido de preto na foto, quem é mais animal?

Em quê a influência silenciosa do Plutônio, do Nióbio, do Césio, do Cobalto, do Iodo e de tantos e tantos outros elementos pesados facilmente encontrados na Tabela Periódica dos Elementos está trabalhando silenciosamente e mudando, alterando, perigosamente até mesmo nossas funções psicoemocionais?

A par com estes elementos que, hoje, são “indispensáveis” ao desenvolvimento de máquinas e bugigangas eletrônicas consideradas indispensáveis à “vida moderna” do “homem cibernético”, temos os agrotóxicos. Insetos, fungos e bactérias, graças mesmo à profunda alteração que a raça humana vem causando no campo, estão descontrolada e se multiplicam e se adaptam velozmente, em função da Lei da Sobrevivência, colocando em risco o maior tesouro da humanidade hiperinflacionada pela quantidade de indivíduos que nascem no planeta: a alimentação. Quase não há agricultura não envenenada pelos que lidam com o agronegócio no mundo todo. Defende-se a agroponia, uma ampliação que objetiva elevar a hidroponia ao nível industrial-comercial, onde se cultivam as plantas sem colocá-las em contato com o solo. Mas esta modalidade de cultivo não pode abranger todo o Mercado do agronegócio. Não há água limpa que possa atender à gigantesca demanda. As águas do planeta, as que eram potáveis, estão imprestáveis para o consumo humano. Não mais é possível beber na concha das mãos a água de um “inocente” riacho que corre cristalino por entre a mata e sobre as pedras, graças às chuvas ácidas, cada vez mais e mais venenosas. O líquido cristalino esconde a poluição invisível que pode acarretar anomalias perigosas na estrutura de nosso ácido hialurônico de que o corpo tanto precisa, principalmente a pele humana. E não somente ao ácido hialurônico a água envenenada atinge. Ela pode atingir as estruturas ósseas, tornando o esqueleto humano quebradiço e frágil. Também pode atacar e destruir o ácido desoxirribonuclêico e causar o surgimento de monstros que nem se pode imaginar. Para os que não sabem o que é isto ou para os que já esqueceram do que estudaram no Segundo Grau, o Ácido Desoxirribonuclêico (ADN) é um composto orgânico em cujas moléculas se contêm as instruções genéticas que determinam o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos, adaptando-os aos ambientes do planeta em que devem viver. Os agrotóxicos  alteram perigosamente a estrutura natural de alguns vírus, tornando-os resistentes, mutantes, e ameaças bem mais danosas à vida humana e animal. Alteram as estruturas transmissoras das características hereditárias de cada ser vivo, homem, animal ou vegetal. O principal papel do ácido desoxirribonuclêico é armazenar as informações necessárias para a construção das proteínas e dos ARNs. Os segmentos de ADN que contêm a informação genética constituem os tão falados e discutidos genes das espécies vivas, animal, vegetal ou humana. O restante da sequência de ADN apresenta importância estrutural ou está envolvido na regulação do uso da informação genética. E isto só para citar de passagem os danos que a inocente água límpida de um córrego longínquo pode acarretar àquele que a bebe sem os devidos cuidados tecnológicos.

Exemplo vivo da degenerescência da humanidade em prol do egoísmo e da ganância que causa morte ao redor de onde se estabelece.

Exemplo vivo da degenerescência da humanidade em prol do egoísmo e da ganância que causam morte ao redor de onde se estabelece. Gente assim visa apenas ao lucro financeiro e nada mais. Sua própria alma está pervertida e, talvez, isto seja efeito do que ele come, pois não se diz que uma pessoa é o que come?

A raça humana vem-se degenerando de modo rápido e assombroso. Não apenas nos aleijões que andam nascendo por aí, mas também e com maior destaque no desequilíbrio da qualidade de humanidade que devia ter desenvolvido desde quando se pôs de pé sobre as duas pernas. O que se vê, entretanto, é o contrário. Hoje, com a maior frieza, homens degolam semelhantes diante de câmeras de filmar, indiferentes à dor, ao desespero e à revolta que estão infligindo naqueles que matam. E com expressão de ufania e vitória, exibem ao mundo a cabeça decepada dos decapitados, como se estivessem segurando um trapo imprestável. Entre os homens, a vida que menos vale é a de seu semelhante. Menos escandalosos, mas não menos terríveis, são os assassinos de milhares de pessoas porque eles só visam ao lucro, de preferência fácil e corrupto. O dinheiro que amealham em cofres bancários e que daria para lhes alimentar a família por cinco ou mais vidas, deixa de ajudar a vida de centenas de outros seus semelhantes aqui e agora. Mata-se por qualquer coisa; mata-se à-toa; mata-se pelo prazer de matar (?). Somos aleijões que nós mesmos viemos fabricando descontroladamente, motivados pelo que pomposamente chamamos de Desenvolvimento. O que estamos criando para nosso futuro? Que espécie de pessoas surgirá, se houver tempo para tanto, no futuro longínquo? Certamente que não os idealizados pelos filmes futuristas norte-americanos, onde humanos vagueiam pelo espaço interestelar levando aos quatro cantos do Espaço o pensar “democrático” e de “justiça” americanos. Creio que, ao contrário disto, estaremos espalhando pelo pedacinho de Espaço que conseguiremos explorar, monstros, aleijões sanguinários, destruidores e violentos. Nada humanos, para dizer em outras palavras.

Talvez, por isto, a Mãe Natureza esteja mudando tudo no planetinha ultra-microscópico em que esta raça mais ultra-trans-microscópica ainda, nasce, vive, cresce, sofre mutações espantosas, destrói e morre para nascer de novo, num círculo que lhes parece eterno e que, felizmente, não dura, na Dimensão da Eternidade Espacial, nem mesmo aquele momento do brilho de uma faísca no escuro…