Tem amigos que são como este...

Tem amigos que são como este…

Primeiramente vamos entender o que é Liberdade. Segundo o Michaellis, Liberdade é alguém poder exercer livremente sua vontade; é a condição de não ser sujeito, como indivíduo ou comunidade, a controle ou arbitrariedades políticas estrangeiras; estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. Condição do ser que não vive em cativeiro, escravidão ou servidão. E mais uma centena de outras definições que são citadas no dicionário, particularizadas por áreas de Estudo, como a área do Direito, por exemplo. Vamos ficar com estas aqui citadas, que são mais amplas em seus significados e alcance.

A pergunta me foi feita por um amigo e me deixou a pensar no assunto. Eu não lhe respondi de pronto, pois quanto mais pensava em seu questionamento, mais sentia que ele me era totalmente desconhecido. Pedi-lhe um tempo para pesquisar e pensar a respeito. E aqui vão minhas lucubrações.

Ele se acreditou herói e muitos idiotizados aceitaram tal imagem...

Ele se acreditou herói e muitos idiotizados aceitaram tal imagem…

Vamos focar nossa atenção na primeira definição dada pelo dicionarista: Liberdade é alguém poder exercer livremente sua vontade. Esta definição, a meu ver, é ampla demais. Ela abarca o direito do assassino de matar seus desafetos ou dar vazão às suas ações perversas, motivadas por desequilíbrio psico-emocionais. Ou o direito do corrupto de se julgar herói nacional. Não digo tolice, penso, visto que mesmo os desequilibrados psicafetivos ou morais têm vontade de e é isto que, em suma, a definição focada defende. Pode ser uma vontade doentia, motivada por vivências traumáticas sofridas, que tenha despertado uma agressividade além da natural e sob o controle social, ou pode ser uma vontade doentia de quem, sendo incompetente, sobe no pódio da traição à pátria para ser idolatrado como Herói. Uma vontade compulsiva, descontrolada em ambos os casos, mas nem por isto deixa de ser uma vontade de

Entretanto, restringindo-nos aos limites subentendidos na definição em análise, isto é, tomando-se que o dicionarista se refere àquele que está psicologicamente e emocionalmente ajustado ao viver comunitário sadio, tomemos nosso povo e tentemos colocá-lo dentro do campo abrangente desta definição. E aí, perguntemos ao cidadão: você, na condição de brasileiro, é livre ou se sente livre para exercer sua vontade? 

"Por que será que tudo o que não presta ele lança à nossa conta?"

“Por que será que tudo o que não presta ele lança à nossa conta?”

Creio que minha pergunta coloca o cidadão em cheque. Ao tentar respondê-la, certamente ele (ou ela) terá de pensar muito a respeito de como se emaranhou a Liberdade de Ser do brasileiro. O ideal político dos eleitos por nós para dirigirem a NOSSA nação não é defender nossa liberdade de ser; não é reconhecer nossa capacidade de nos comportarmos civilmente em sociedade assim como o sermos capazes de educar nossos filhos de modo responsável e civilizadamente. E a confirmação do que digo é a assombrosa ingerência dos eleitos para cargos públicos em nossa vida particular, até mesmo em nossos lares, dizendo-nos até como fazer para educar os futuros cidadãos brasileiros. Logo eles, muitos dos quais são tremendos ignorantes, tremendos iletrados e tremendos criminosos. Fomos transformados por eles em “debilóides sociais”, que carecem totalmente da capacidade de serem responsáveis. Não interessa que o cidadão seja Doutor em Filosofia, ou em Sociologia, ou em Pedagogia, ou em Psicologia ou em qualquer outra área das Ciências ditas Humanas ou afins. Para a Classe Política Nacional Brasileira (uma aberração estarrecedora) somos todos idiotas incompetentes para gerir as próprias vidas e pronto.

"E é nosso dever manter este povo incipiente no cabresto, se não, como vamos enriquecer?"

“E é nosso dever manter este povo incipiente no cabresto, se não, como vamos enriquecer?”

No afã de legislar, os ocupantes de cargos eletivos se atiram ferozmente sobre toda a nação, impondo Leis absurdas e se intrometendo em terreno que para eles devia ser absolutamente vedado, visto o que assevera a definição que nos oferece o Michaellis. Os políticos se arrogam o absurdo direito de se julgarem o suprassumo da sapiência a ponto de quererem impor a toda a nação seu pensamento, como acontece, agora, com os petistas. Eles acreditam no tal Socialismo Democrático (por si só esta definição é complexa e incompreensível até mesmo para os que assim se definem), mas, sem terem qualquer noção clara do que seja isto, tendem a importar aberrações ideológicas, como aquela denominada de Chavismo ou de Fidelismo, e tentam por todos os meios artimanhosos implantá-la entre nós, desrespeitando-nos solenemente porque nos julgam cidadãos incapazes. No entanto, foram tais incapazes que os elegeram para legislar… Será esta ação “democrática” a comprovação inquestionável de nossa incapacidade para exercer a Liberdade de Ser?

"Cumpãero, esse lugar ai em cima é meu."

“Cumpãero, esse lugar ai em cima é meu. Nesta posição cá de baixo devia estar o FHC.”

Passemos, agora, à segunda definição dada pelo Michaellis: “é a condição de não ser sujeito, como indivíduo ou comunidade, a controle ou arbitrariedades políticas estrangeiras”. Aqui o dicionarista passou a um campo mais vasto que aquele da primeira definição, a qual se restringe ao indivíduo tão-só. E para que se tenha um “insight” mais imediato do quão longe fomos atirados desta condição de liberdade, voltemos nossa atenção novamente para o que faz conosco o pensar endoidecido dos políticos nacionais brasileiros. Eles endossaram, independentemente do partido político a que pertençam, a tal filosofia da PRIVATIZAÇÃO de tudo o que seja bom que tivemos feito em prol de nossa própria sociedade. Talvez que privatizar nossas grandes empresas mistas, como foi o caso daquela voltada para o desenvolvimento das telecomunicações, fosse uma boa idéia, mas os políticos brasileiros, por conta de gordíssimas propinas pagas sub-repticiamente por empresas estrangeiras (com a palavra FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e sua corja), entregaram nossos patrimônios mais caros a estrangeiros, que passaram, deste modo, a impor-nos seus modos político-econômico de pensar, o qual tem uma regra básica e inquebrantável: “levar vantagem em tudo”. A nação brasileira perdeu sua Liberdade de se gerir; de criar empresas nacionais que paguem bons e dignos salários; de explorar as riquezas de seu solo, de suas matas e até mesmo de seu ar e de seu mar. Tudo foi entregue ao Poder Econômico Estrangeiro, porque, corruptos e incompetentes gananciosos, os da “Classe Política Nacional Brasileira” não foram, não são e nunca serão capazes de enxergar o quanto estão despreparados para ocupar os cargos que ocupam. Com nosso Pode Econômico totalmente dependente do investidor estrangeiro, ficamos imediatamente sujeitos à ingerência do Poder Governamental de outros países. Não temos a liberdade de dizer àquelas empresas o que e o como fazer de conformidade com o que é a necessidade de nosso povo, mas temos a obrigação de seguir as regras que elas querem porque têm uma única meta: dar o máximo de Lucro aos que, no exterior, investem em seus papéis. Nosso país é um país de faz de conta, no que tange à liberdade comunitária nacional. Somos escravos, literalmente escravos, da vontade dos estrangeiros que aqui vêm lançar os tentáculos de suas gigantes internacionais para sugar lucro e aqui deixar o mínimo possível. E é por isto que estamos escravizados pela TIM, pela OI, pela VIVO e por outras empresas que esmagam nossa mão-de-obra jovem, pagando salários miseráveis e exigindo horário de trabalho escravo, sem que “nossa Classe Política” tome qualquer iniciativa em defesa dos futuros cidadãos brasileiros.

"Nas Alagoas eu mando! Escreveu e não leu pau comeu!"

“Vê lá se vou-me rebaixar a servir um país de retardados pobretões! Eu, hein!”

Não se trata de xenofobia, como alguém pode pensar ao me ler. “Nossos” políticos, incompetentes, mas nem por isto menos gananciosos, se vendem por qualquer dez mil réis. E, não satisfeitos com isto, atiram-se ferozmente sobre o dinheiro do povo, exorbitando no direito que lhes legamos ao elegê-los, de legislar sobre a Economia Nacional. Com isto, exageram até à embriaguez na elaboração de Leis absurdas, que visam tomar o dinheiro dos que trabalham para engordar o Erário Público já tão inchado que está extravasando pelas bordas antes mesmo do final do ano. E quando vêem a montanha de dinheiro ao dispor do Poder Público, entenda-se ao dispor deles mesmos, endoidam e se atiram sem freios à roubalheira descontrolada, sem vergonha, sem limites, sem respeito a qualquer coisa que não seja enricar de qualquer modo. Como comunidade, o Brasil está sujeito às arbitrariedades políticas nacionais e estrangeiras. Coitado…

Passemos à terceira definição oferecida pelo Michaellis: “estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral”. Esta definição é, no meu entender, a mais difícil e a que mais exige de cada um de nós. Aquele que fica isento de restrições externas ou coação física ou moral que refreie seus impulsos animais, torna-se alguém que anda em um fio de náilon sobre um abismo. O abismo do sem limites. Os maiores tiranos e os maiores sanguinários da História Mundial foram pessoas que se sentiram exatamente deste modo. Elas dependiam de algo muito subjetivo, indefinível. Refiro-me ao que vulgarmente se conhece como consciência. O que é consciência senão um conjunto de valores aprendidos justamente a partir do viver Social? Mesmo os mais altos valores humanitários, religiosos, crísticos, não podem deixar de ter raízes no viver e conviver social. As religiões que verdadeiramente o são, pregam o desapego aos bens e valores sociais, mas sem estes valores o que é a pessoa? Apenas um animal e, como tal, caem na tentação em que estão mergulhados não somente os políticos nacionais brasileiros, mas todos os políticos de todos os países, para azar da humanidade. Se desejar seguir à risca o que manda a Religião, o cidadão tem de abdicar desta condição e passara a viver como vive Nan Bahadur Bonjam, o buda nepalês da atualidade. Ele vive como viveu seu antecessor, Gautama, sentado entre as raízes de uma figueira, olhos fechados, sem comer e sem beber, sem participar de nada, alheio ao que se passa ao seu redor. Mas isto é abdicação total da condição de humanidade e de ser social, coisa que não e está ao alcance de qualquer um deste e dos próximos séculos. 

Nan Bahadur Banjam, o novo Budha ou o Buda Redivivo. Ele está de volta à Índia.

Nan Bahadur Bonjam, o novo Budha ou o Buda Redivivo. Ele está de volta, mas agora no Nepal.

E tomando novamente nosso país, somos cidadãos que vivemos coagidos constantemente pela “Classe Política Nacional Brasileira”. Por todos os meios ela nos coage e o que falei linhas acima é bastante para nos mostrar com clareza esta realidade deprimente. Ela, a “Classe Política”, não compreende que todo ser coagido em sua liberdade de ser, fazer e criar, torna-se um bicho desnorteado, dependente e agressivo. E é no que nos estamos transformando, haja vista a condição lamentável em que se encontra a Educação de nossa juventude.

Passemos, agora, à quarta e última definição retirada do Michaellis: “Condição do ser que não vive em cativeiro, escravidão ou servidão”. Esta definição é de alcance muito restrito. E explico. Para se viver na Sociedade Humana da atualidade, todos somos obrigados a aceitar várias formas de cativeiros sociais e, neles, somos, queiramos ou não, escravos e servos de interesses grupais. Por exemplo, tomemos o transporte coletivo em nosso país. Aqui, o cidadão, querendo ou não, revoltado ou não, é cativo da falta de Vontade Política dos eleitos para governar. E devido a esta crônica Falta de Vontade Política, em qualquer cidade brasileira, seja ela megalópole, seja vila, o transporte coletivo é caótico, deficiente, exasperante e escravizante do cidadão que não tem meios de adquirir sua própria condução. Mas esta condição não o livra da servidão à Falta de Vontade Política, pois o caos no trânsito é conseqüência justamente da incompetência dos eleitos, os quais, por isto mesmo, não sentem nem podem sentir vontade de tomar providências duras, mas que salvem os cidadãos brasileiros da agonia que a condição de cativo da desordem no transporte faz a todos sofrer. A definição em análise é restrita àquelas condições bárbaras, que já deviam ter sido ultrapassadas pela Sociedade Humana, mas que ainda vige em países como o nosso: a condição do trabalho escravo, sem pagamento salarial, sem condições mínimas de higiene pessoal, sem direito a qualquer vantagem que seja, exceto a de trabalhar mais de doze horas para não receber um salário que já vem comprometido com aquele que emprega o infeliz.

O transporte coletivo em Goiânia. Não difere de qualquer outro lugar do Brasil.

O transporte coletivo em Goiânia. Não difere de qualquer outro lugar do Brasil.

Então, depois destas considerações, quais são os limites da Liberdade? Minha resposta é que não há limites para isto, pois “Liberdade” é um termo utópico e, como tal, inexistente na vida objetiva, na realidade dura de qualquer cidadão do mundo.

Somos, todos, em qualquer país e em qualquer parte do mundo, marionetes cujos cordéis invisíveis são movidos pelos dedos ávidos e, muitas vezes corruptos, dos que se pensam livres, mas não o são – os Políticos.

E se liberdade é um conceito utópico, então não há como se lhe impor limites, não é mesmo, meu caro amigo que me fez tão interessante pergunta?

Quem discordar de mim, que o diga aqui e agora… Ou se cale para sempre.