1) VOTO DE CABRESTO

"Porra! Que merda! Esse Zé Povinho não tem gratidão. Dei emprego à metade desta população de mendigos e, agora, estão nos meus calos..."

“Porra! Que merda! Esse Zé Povinho não tem gratidão. Dei emprego à metade desta população de mendigos e, agora, estão nos meus calos…”

O que é isto? Bom, já falei aqui a respeito, mas é sempre bom repetir. Espalhou-se pelo Brasil, talvez desde o primeiro dia em que se diz que a República foi implantada entre nós, o vício horrível de a “Classe Política”, elitizada desde o início, desde mesmo o primeiro dia republicano, escravizar o eleitor por meio de um artifício totalmente anti-patriótico. E este meio é o que chamo de “voto de cabresto” e que se faz do seguinte modo: por obrigação legal, Municípios e Estados realizam concursos, mas procrastinam até o limite máximo a chamada dos aprovados. Neste meio-tempo, alegando falta de pessoal, Prefeituras e Estados tratam de consultar seus partidos e as respectivas “Lideranças” de bairros — e no Centro-Oeste isto é destacado nas Associações de Bairros — para assegurar para o Partido o maior número de votos possíveis. Tal manobra é garantida através da admissão de “indicados” para Contratação pela CLT a fim de preencher as vagas que, por Lei, deveriam ser dos aprovados em concursos. A escala é mais ou menos esta: salários maiores e comissões “gordas” são destinados àqueles indicados que com certeza podem garantir um determinado número mínimo, mas significativo, de votos para o candidato eleito pelo partido; salários altos, mas não comissionados ou com comissões “minguadas” são destinados aos que são “lideranças de bairros”, onde também o candidato pode conseguir respeitável número de votos (embora a ingerência política nas Associações de Bairro seja terminantemente proibida por Lei). O restante das vagas, geralmente de menos importância na hierarquia administrativa Municipal ou Estadual, como a de Assistente Administrativo, por exemplo, são destinadas às “massas de manobra”, gente sem títulos universitários, mas que precisa sobreviver, preferentemente “dependurada” num cabide de emprego municipal ou estadual. Estes são os puxa-sacos indispensáveis ao polititica. São obrigados a comparecer a todo evento em que o patife esteja presente e formar uma claque repulsiva, aplaudindo-o nas besteiras que vomite como se ele estivesse dizendo alguma coisa que preste. São constantemente ameaçados com a demissão caso não faça as piores e mais perigosas manobras destinadas a desviar o dinheiro do Erário Público para os bolsos dos polititicas seus senhores, para o Caixa Dois do partidão e para os cofres das eternas sugadoras de nosso sangue, as empresas sempre “clientes” das viciadíssimas “licitações públicas”.

"Mas o que eu posso fazer, gente? É o Sistema! Eu tenho de obedecer, senão eles me tiram minhas fazendinhas, que comprei com muito esforço (e muita maracutaia pública)..."

“Mas o que eu posso fazer, gente? É o Sistema! Eu tenho de obedecer, senão eles me tiram minhas fazendinhas, que comprei com muito esforço (e muita maracutaia pública)…”

 A propósito. Um exemplo tétrico e que todo o Brasil devia tomar conhecimento está aqui, em Goiânia. O atual Prefeito, PMDBISTA de carteirinha, PAULO GARCIA, “herdeiro” de Iris Rezende, inchou tanto a Prefeitura Municipal com “votos de cabresto” que, pasmem, a despesa com pessoal ultrapassa a receita municipal. Resultado: a Prefeitura não tem dinheiro nem para tapar os incontáveis buracos que se encontra em uma única quadra de qualquer rua da cidade. Coleta de lixo? Nem pensar!Recuperação das Escolas Municipais? Deus nos livre! Pagar as contas de luz? Para quê? A CELG que corte (como está fazendo) a energia de todos os órgãos municipais. Que importância tem isto? E o caos é quem faz a festa na administração goianiense. E o Paulão? Vai muito bem, obrigado. Afinal, ele é êmulo PMDBISTA e com esta raça de víboras ninguém é besta de mexer. Certamente que no próximo pleito ele será eleito GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS  e aí… Mais