A última novidade entre os catastrofistas de plantão é a atual tempestade solar. Parece que se esquecem de que elas vêm ocorrendo desde quando o mundo nasceu. É certo que sempre interferem com o magnetismo da Terra e causam ocorrências insólitas, como deformações em fetos de animais e outros acidentes que tais. Mas a mania do hecatombismo que assola os desesperados por alguma coisa dantesca a qualquer preço; pela ação de um Deus furioso, vingativo, punitivo, chega às raias da hilaridade. Eu sou absolutamente cético no que tange a este Deus Católico Apostólico Romano, nascido nos delírios dos hebreus de antanho. Estou velho. A neve do tempo embranqueceu meus cabelos e já abdico de coração das mais caras necessidades que um velho possui, em prol de meus filhos, embora todos já estejam crescidos e reconhecidos socialmente como “adultos”. Não o são. Falta muito chão para que isto aconteça. Por isto, fiquei mais tolerante com eles – com todos os cinco. Afinal compreendi o pedido de Jesus: “Pai, perdoai-os. Eles não sabem o que fazem”. Não só os que o crucificaram, como também todos os “adultos” das gerações que se seguiram àquela, não sabem o que fazem. Só tomam consciência das tolices que aprontaram quando já estão como eu estou: com a neve do tempo anunciando que a partida está próxima.
Uma das explicações que encontro para compreender a necessidade do catastrofismo que sempre grassou entre nós, ditos “humanos”, é o peso na consciência. Não um peso religioso, não. Um peso psicológico. Uma reação emocional de Culpa que faz que a Identidade Individual da Pessoa exija uma punição severa como meio de se livrar dessa emoção amarga e muito incômoda. Mais